Círculos bizarros no Ártico confundem cientistas e até mesmo a NASA

Até agora, ninguém sabe afirmar o que são essas marcas e quais são suas origens.

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Já faz uma década que a NASA anda vasculhando o Ártico por vias aéreas para tentar entender melhor a região. No entanto, parece que ainda vai demorar para a agência norte-americana desvendar a área.

Exemplo disso são os círculos esquisitos que estão aparecendo nas formações de gelo próximas ao Mar de Beaufort. Até agora, ninguém faz ideia do que são essas marcas ou qual é a origem delas.

Esses desenhos foram avistados recentemente e fotografados pelo cientista John Sonntag, de dentro de um avião P-3 da NASA. O especialista está empreendendo missões no Ártico há tempos, mas sempre se surpreende com coisas esquisitas que aparecem por ali. Dessa vez, o que despertou sua curiosidade foram esses círculos, que às vezes aparecem acompanhados de buracos no meio do gelo.

A primeira vez que Sonntag avistou essas marcas foi ao norte do rio Mackenzie, e tão logo ele percebeu que aquilo era algo diferente de tudo o que já havia visto.

A descoberta intrigou os cientistas, que ainda não chegaram à nenhuma conclusão sobre o que pode significar as marcações. Há quem diga que existem algumas razões para se acreditar que essa camada de gelo com os buracos marcados foi formada recentemente a partir de um acúmulo de água.

“Esse gelo é provavelmente fino, macio e inconsistente e um tanto que maleável”, afirmou um geofísico da faculdade Britannia Royal Naval College, no Reino Unido. “Isso pode ser verificado nas ‘quase ondas’ formadas em frente aos buracos.”

Outro indício de que o gelo seja novo é que os buracos estejam surgindo por uma espécie de movimento de rafting, que vêm da direita para à esquerda, como indicado na foto no topo da matéria. Os cientistas chamam esse movimento de ‘finger-rafting’. Essa padrão de ziguezague acontece quando duas camadas de gelo se colidem com outra, resultando em saliências semelhantes a dedos na superfície.

“Isso é, definitivamente, uma área de gelo fino, como é possível ver o ‘finger-rafting’ próximos aos buracos e as colorações de cinza são o suficiente para indicar que há pouca cobertura de gelo”, afirmou outro cientista que está trabalhando na região. Embora ele tenha a certeza sobre a recente formação do gelo, o especialista ainda não sabe o que são os círculos e os buracos.

Uma outra ideia que outros cientistas estão levantando é que essas marcas podem estar sendo criadas por animais da região, como, por exemplo, as focas, que estariam mascando o gelo para criar buracos por meio dos quais poderiam respirar na superfície.

Se esse for o caso, é possível que os círculos maiores que rodeiam os buracos sejam apenas poças de água geladas que os animais deixam no gelo quando emergem até a superfície. Pode ser, também, uma certa drenagem formada quando o buraco é feito no gelo.

Porém, se o fenômeno não é causado por focas ou outros animais locais – e, descartando a possibilidade de ele ser resultado de explorações de extraterrestres no gelo – é possível que esse seja o final de um fenômeno natural que a ciência ainda desconhece.

“Os desenhos estão em partes de água rasa, então há chances de que essas marcas sejam apenas ‘fontes quentes de água’ ou ‘vazamentos de água subterrânea que fluem de montanhas’”, afirmou outro cientista da NASA. “Uma outra possibilidade é que uma corrente de água quente do mar de Beaufort ou até fora do rio Mackenzie esteja chegando à superfície do gelo devido sua interação com a batimetria, exatamente como algumas polínias se formam.”

Polínias são áreas de águas ‘abertas’ circundadas pelo gelo do mar. Diante condições de vento forte, as polínias se comportam como fábricas de gelo ao ar livre, produzindo formações de gelo mais do que o normal – incluindo formas exóticas.

Enquanto a ciência não descobre o que de fato são esses círculos e buracos no gelo do Ártico, as especulações continuam.