Um Foguete Inventado em 1861

Se você acredita que o conceito científico de Viagens Espaciais com Foguetes são coisas do século 20, você foi enganado pela História.

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A História tradicional nos conta que o conceito do Foguete só concebido pelo russo Konstantin Tsiolkovsky, no final do século 19 e pelo americano Robert Goddard, no início do século 20, ambos inspirados pela obra de Júlio Verne.

Como temos percebido recentemente, boa parte de nossa História está errada ou incompleta, algumas vezes por descaso e outras por conveniência, mas um trabalho recente publicado pelo historiador espacial Robert Godwin veio para corrigir uma dessas falhas históricas.

Godwin afirma que o professor e cientista William Leitch já havia aplicado corretamente os princípios científicos para o voo espacial três décadas antes do que se pensava, em 1861, em um estudo intitulado “Uma Viagem Pelo Espaço”, que foi publicado em um jornal de Edimburgo, na Escócia, e mais tarde tornou-se parte do livro publicado no ano seguinte pelo cientista escocês.

“Enquanto Goddard e Tsiolkovsky se inspiraram pela ficção científica de H.G. Wells e Julio Verne, Leitch parece ter se inspirado em avanços de telescópios poderosos, projéteis militares que estavam começando a ser fabricados em Londres, e em Isaac Newton”, diz Godwin.

Godwin observa que Leitch não apenas entendeu a Lei de Ação e Reação de Newton, mas também que um foguete funcionaria com maior eficiência no vácuo do espaço, um fato que, mesmo quase seis décadas depois, fez com que Goddard e outros cientistas fossem ridicularizados pelos céticos de sua época.

“Não tenho dúvidas de que Leitch merece um lugar de honra na história dos voos espaciais. O fato de ele ser um cientista é a chave para esta história. Ele não estava dando um palpite”, afirma Godwin.

Vale lembrar que Julio Verne, assumidamente a fonte de inspiração para os trabalhos de Tsiolkovsky e Goddard, só publicou seu livro “Da Terra à Lua” em 1865, quatro anos depois do “Foguete de Leitch”, e Verne não era apenas um escritor fantástico e imaginativo, considerado o inventor do gênero de ficção científica, mas também um entusiasta das ciências e assíduo pesquisador, muito bem informado sobre as inovações e as novas teorias de sua época, era conhecido por ter um grande círculo de amigos cientistas e, muito possivelmente, teve contato com os estudos de Leitch e tenha sido inspirado por ele.

As pesquisas de Leitch foram esquecidas depois que o cientista morreu, ainda muito jovem, e a editora que publicou seu livro e detinha os direitos autorias faliu em 1878, mas com o recente resgate de Godwin, o nome de William Leitch, o verdadeiro precursor das viagens espaciais, mais uma vez ocupa o seu lugar de direito na História.