“Procurar por um peixe no oceano retirando um copo d’água”, é assim que a astrônoma norte-americana Jill Tarter vê os atuais esforços da humanidade na busca por vida extraterrestre.
Ex-diretora do projeto SETI (sigla em inglês para “Busca por Inteligência Extraterrestre”), considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista TIME em 2004, e inspiração para a personagem de Jodie Foster no filme Contato, ela foi uma das convidadas para um ciclo de palestras promovido pelo Instituto de Tecnologia da Flórida, segundo o jornal Florida Today.
“Nossa estrela, o Sol, é apenas uma das 400 bilhões de outras estrelas da galáxia da Via Láctea. E a nossa galáxia é apenas uma entre cerca de 200 bilhões de outras galáxias no universo observável”, disse Tarter à platéia.
Saber a dificuldade, porém, não afasta o otimismo de Tarter.
Depois de ajudar a desenvolver o Allen Telescope Array, um interferômetro que utiliza distorções em ondas de rádio para medir distâncias e ângulos do objetos espaciais, agora, aos 75 anos, planeja uma campanha para levantar fundos para o aprimoramento da ferramenta. “Nós desenhamos uma segunda geração de receptores fantásticos que vão o tornar muito mais sensível”, contou.
Outro motivo de ânimo de Tarter é uma nova iniciativa, o “SETI Laser”.
“Nós vamos construir uma série de 96 câmeras, espalhadas por 12 lugares ao redor do globo, trabalhando com ótica e infravermelho. Nós vamos, literalmente, poder olhar para o céu o tempo todo para ver se há algum flash de luz. Para ver algum outro fenômeno, como rajadas rápidas de rádio, nós temos o componente óptico. Estou muito animada com isso”, explica Tarter.
Com tantas novidades, e outras tantas que estão por surgir, ela acredita que vamos encontrar vida fora da Terra antes do final do século.
“Nós podemos descobrir. Encontrar um biomarcador em planetas e luas do nosso Sistema Solar ou localizar artefatos conforme exploramos. Ou, talvez, nós poderemos detectar o produto do trabalho tecnológico de outras civilizações”, conta Tarter.