Os Carros Voadores Estão Chegando

Um engenheiro da Nasa é responsável pelo projeto, que inclui São Paulo entre as prioridades.

O Carro Voador da Uber.
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Em 2016, o engenheiro veterano da Nasa, Mark Moore, entrou na sede da Uber para explicar, durante três horas, o seu projeto inovador dos “carros voadores”.

“Seis meses depois dessa reunião, eles me ligaram para informar que queriam desenvolver um projeto e gostariam que eu comandasse a área”, afirmou Mark Moore, atualmente o diretor de engenharia da aviação da Uber.

A reunião, que envolveu os principais executivos da companhia, deu origem a Uber Elevate, um ambicioso projeto da empresa que quer transformar a locomoção aérea em realidade.

Com a criação dos chamados eVTOLs (sigla em inglês para Veículo Elétrico de Pouso e Decolagem Verticais), a empresa pretende colocar “ubers voadores” à disposição de seus usuários a partir de 2023.

O Engenheiro dos Carros Voadores

Mark Moore, o engenheiro do projeto.

Há muitos anos Moore é referência quando se trata de veículos de propulsão elétrica com decolagem e aterrissagem vertical, como ele mesmo define e afirma não gostar do termo “carros voadores”.

Durante os mais de 30 anos em que trabalhou na NASA, o engenheiro desenvolveu pesquisas para construir veículos que decolassem e pousassem de maneira vertical, como os helicópteros, mas que fossem mais baratos, não poluentes e silenciosos.

“Eu trabalhei durante décadas para tornar um veículo como esse possível. Nos últimos anos, cheguei à conclusão de que finalmente essa tecnologia é algo viável, por isso procurei o Uber”, conta o engenheiro.

Em vez de apresentar o projeto a uma montadora ou a uma fabricante de aviões, Moore procurou a Uber por entender que o veículo só se tornaria viável com uma empresa que entendesse como transformar produtos complexos em ferramentas acessíveis ao consumidor final.

Projeto e Desenvolvimento

Protótipo do eVTOL.

A Uber reuniu mais de 25 parceiros que estão desenvolvendo todos os componentes necessários para esse tipo de transporte aéreo.

Nessa divisão de tarefas, a empresa fica responsável por entender em quais cidades o projeto deve começar a operar e negociar com seus governantes, convencer os controladores de tráfego aéreo, desenvolver os espaços e a logística para pousos e decolagens e, obviamente, criar a demanda necessária para lotar esses carros no futuro.

A fabricação dos carros está sendo desenvolvida por cinco diferentes parceiros comerciais, incluindo a americana Boeing e a brasileira Embraer. A lista completa inclui desde fabricantes de carregadores a empresas de engenharia para desenvolver os locais para decolagem e pouso.

“Temos parceiros trabalhando nesse projeto todos os dias. Sem parar e cada um em sua maior expertise. Enquanto conversamos, há veículos sendo testados em suas fábricas”, diz Moore.

Já no próximo ano os primeiros protótipos de eVTOLs devem ser testados e, a partir de 2023, a Uber espera realizar os primeiros transportes de passageiros nas cidades de Dallas e Los Angeles, nos Estados Unidos, e Melbourne, na Austrália.

Questionado sobre quando o serviço deve estar disponível no Brasil, Moore afirma que a cidade de São Paulo está na lista de locais prioritários, já que o propósito da Uber Elevate é justamente diminuir o tráfego nas cidades mais congestionadas do mundo.

“Apesar de ser prioridade, estamos encontrando dificuldade em negociar com a Força Aérea que controla o tráfego aéreo no Brasil e com a ANAC, a Agência Nacional de Aviação Civil”, diz Moore.